A Gestão de Risco no laboratório de análises clínicas destina-se a minimizar riscos associados às atividades realizadas na instituição de análises clínicas.
No entanto, a primeira impressão relacionada aos riscos na área da saúde é que estes, envolvem, tão somente, atividades tais como: Coleta, transporte, processamento e análise de amostras biológicas, entre outros materiais.
Diante disso, faz-se importante destacar que, na Gestão de Risco no laboratório, todas as etapas dos processos envolvem riscos, e não somente relacionados a processos operacionais.
Para tanto, a Gestão de Risco no laboratório se iniciar na identificação de todos riscos associados às atividades realizadas na instituição. De tal modo que, tanto os riscos quanto a Gestão, envolvem desde a etapa pré-analítica, quanto analítica e, por fim, a pós analítica.
Gerenciamento de Risco: A natureza dos riscos
Antes do Gerenciamento de Riscos propriamente dito, é importante ressaltar mais uma vez que, no imaginário coletivo, a ideia de risco laboratorial envolve, primariamente: Acidentes com objetos perfuro cortantes (agulhas), contaminação por agentes biológicos ou coisas desse tipo. Concorda comigo?
Porém, para além destes exemplares de riscos, é de suma importância destacar que, estes, não se referem a “só isso”.
É por esse motivo que disponibilizo abaixo, uma tabela orientativa da natureza dos riscos, que desenha o envolvimento das diversas naturezas destes na instituição de saúde.
Para fins didáticos e facilitação da implementação e treinamento dos clientes da vertical de Gestão de Qualidade Concent – o Quaent, nossa equipe desenvolveu esse material descomplicado e acessível para o preenchimento da Matriz de Probabilidade e Impacto.
Tal ferramenta opera a fim de possibilitar o monitoramento de riscos no estabelecimento da saúde (incluindo laboratórios):
Tabela orientativa de Natureza dos Riscos:
Natureza | Descrição |
Referente ao ambiente | A ocorrência de efeitos prejudiciais no ambiente analítico pode ser causada por agentes físicos, químicos ou biológicos.
Ex: Descarte inadequado de resíduo perigoso. |
Referente à assistência | Possibilidade de acarretar consequências à saúde do indivíduo.
Ex: Formação de hematoma no paciente. |
Referente ao desempenho de atividade | Possibilidade de dano à saúde do indivíduo como consequência de atividades desenvolvidas em sua profissão.
Ex: Acidente com material perfurocortante. |
Referente à execução | Possibilidade de possíveis eventos internos, humanos ou sistêmicos.
Ex: Pipetagem inadequada do controle interno. |
Jurídico | A atividade contrária às normas ou omissão pode causar prejuízo a terceiros, exigindo compensação financeira.
Ex: Processo de direito trabalhista. |
Financeiro | O mal uso dos recursos pode causar prejuízo financeiro, resultando em perdas ou aumento excessivo de custos.
Ex: Vencimento de produtos do estoque. |
Mercado | Incertezas financeiras de mercado, como divergência cambial e juros, podem causar danos e prejuízos financeiros.
Ex: Aumento no custo dos insumos. |
Referentes à compliance | Não cumprimento de requisitos de exigência legal ou de requisitos internos (decididos pela própria organização.
Ex: Não atendimento a um item do seu manual da qualidade. |
Estratégico |
Danos podem ocorrer ao não se atingir os objetivos estabelecidos para uma meta em uma organização.
Ex: Metas não alcançadas de vendas. |
Referente à imagem | Possibilidade de circunstâncias que afetam a imagem pública do estabelecimento perante a sociedade.
Ex: Escândalo de repercussão midiática, envolvendo o estabelecimento. |
Referente à comunicação |
Falta de comunicação interna ou de informações legais e técnicas pode prejudicar o desenvolvimento das atividades da equipe.
Ex: Comunicados internos não chegaram às partes interessadas. |
Referentes à governança e gestão | Circunstâncias que afetam a organização na estrutura, papéis e responsabilidades, envolvendo pessoas com poder decisório.
Ex: Falta de transparência no uso de recursos de determinado departamento da organização; acúmulo de funções entre a equipe de gestão. |
Natureza dos Riscos: Explanando riscos
Diante dessa tabela, pode-se declarar que, nem sempre os riscos referem-se às atividades propriamente ditas do fazer laboratorial.
Por vezes, na verdade, a natureza do riscos é completamente distinta.
Tomando como item exemplificativo, a Compliance pode envolver a probabilidade de sanções legais, caso haja a não utilização de EPI’s, dentro do laboratório.
Nesse sentido, no que diz respeito ao risco de Compliance, se identificado em fiscalização efetiva, envolve impacto altíssimo. Isto, por sua vez, remete ao pagamento de multas cujos valores são igualmente elevados.
Ainda nesse sentido, podemos citar, por exemplo, riscos relacionados à imagem do laboratório, em caso de equívocos atestados no processo de análise. Isto, por conseguinte, põe em risco a confiabilidade do estabelecimento.
O impacto, nesse sentido, referente à entrada de recursos no laboratório, devido à queda da confiabilidade, pode acarretar falência da instituição.
Dito isso, passamos agora, a discorrer, também, sobre os riscos que podem envolver as três fases de análise dentro de um laboratório, que são: Fase pré-analítica, analítica e pós analítica.
Gerenciamento de Risco e as fases de análise laboratorial
A análise laboratorial envolve três fases: Pré-analítica, analítica e pós-analítica.
Nesse sentido, cada uma dessas etapas apresenta riscos diversos. Estes, por sua vez, devem ser gerenciados adequadamente a fim de garantir qualidade e segurança aos resultados.
Fase pré-analítica
Na fase pré-analítica, é de suma importância que haja gerenciamento dos riscos relacionados à identificação, manuseio e transporte das amostras.
Essa fase, porém, envolve a maior probabilidade de variáveis que afetam negativamente a confiabilidade dos resultados.
Dentre os riscos que afetam essa etapa do processo estão as não conformidades com o pré-exame. Dentre estas circunstâncias que afetam o pré-exame, pode ser citado o jejum incorreto, por exemplo.
Porém, não obstante a isso, a não comprovação de substâncias ingeridas pelo indivíduo permanecem entre os itens que podem, também, afetar os resultados.
Para além disso, outro item relevante é, também, a maneira incorreta de garroteamento do local de coleta, afetando, por consequência, a qualidade da amostra.
Para tanto, é necessário seguir as normas e protocolos estabelecidos, garantir a correta identificação das amostras e acondicioná-las corretamente, evitando contaminação ou perda da amostra.
Fase analítica
Na fase analítica, é necessário gerenciar os riscos relacionados ao equipamento, reagentes e métodos de análise.
Nesse sentido, é essencial que os equipamentos estejam em bom estado de conservação e calibrados corretamente.
Para além disso, os reagentes devem ser armazenados adequadamente e, por fim, métodos de análise validados e padronizados são impreteríveis a fim de conferir segurança e confiabilidade aos resultados.
Fase pós-analítica
Na fase pós-analítica, os riscos estão relacionados à interpretação dos resultados e à emissão dos laudos.
Nesse sentido, é de suma importância que os resultados sejam interpretados corretamente. Por sua vez, os laudos devem ser emitidos de maneira clara e objetiva, evitando erros de interpretação.
Portanto, para gerenciar os riscos em todas as fases da análise laboratorial, a presença de profissionais capacitados e treinados é preponderante.
Porém, sua eficiência e eficácia no desenvolvimento das atividades destes somente será efetivo no seguimento das normas e protocolos estabelecidos pelas autoridades competentes.
Gerenciamento de Risco: Treinamento e conscientização dos colaboradores
O treinamento e conscientização dos funcionários são essenciais para garantir a segurança no ambiente laboratorial.
Desse modo, é preponderante que a equipe seja treinada em relação às normas e protocolos de segurança e biossegurança, bem como no domínio das técnicas e procedimentos realizados no laboratório.
Nesse sentido, o treinamento adequado possibilita ciência dos riscos associados às suas atividades, bem como da ação necessária em caso de emergência. Isto, por conseguinte, minimiza os danos à saúde e à segurança, tanto de funcionários quanto de pacientes.
Além disso, o treinamento incentiva a conscientização dos funcionários sobre práticas seguras e promove uma cultura de segurança no local de trabalho.
Desse modo, a conscientização da equipe é fundamental para manter a segurança no laboratório. Estes, devem ser incentivados a relatar situações de risco, tais como:
- Equipamentos defeituosos;
- Procedimentos inadequados;
- Comportamentos inseguros.
É importante, para além disso, promover uma cultura de segurança, enfatizando a importância da segurança no trabalho e incentivando a adoção de práticas seguras por todos os funcionários.
Em resumo, o treinamento da equipe e conscientização destes são essenciais a fim de garantir a segurança no ambiente laboratorial.
Portanto, é necessário que a equipe esteja ciente dos riscos associados às suas atividades. E isto, por sua vez, possibilita a ciência da ação necessária para casos de emergência e, desse modo, sejam incentivados à adoção de práticas seguras no trabalho.
Isto é a garantia da segurança, tanto da equipe quanto de pacientes, além de garantir a qualidade e confiabilidade dos resultados das análises.
Impacto da Cultura Organizacional na Gestão de Riscos
O impacto da Cultura Organizacional na Gestão de Risco trata-se de uma realidade da qual dependem os processos e a sua eficácia.
Nesse sentido, uma cultura que preconiza a segurança, a qualidade e a transparência contribui para o estabelecimento da Cultura da Qualidade.
Por sua vez, a abrangência da Cultura da Qualidade abarca a identificação pronta de riscos, sua comunicação, bem como seu gerenciamento eficaz.
Haverá, por conseguinte, a promoção de uma abordagem proativa e colaborativa, a fim de prevenir erros e mitigar potenciais ameaças.
Nesse sentido, o principais benefícios de uma cultura organizacional sólida e debruçada sobre o desenvolvimento da Cultura da Qualidade é: Conscientização dos colaboradores.
Desse modo, quando a equipe está engajada no gerenciamento de riscos, reportando problemas e situações-risco, um ambiente de melhoria contínua é estabelecido.
Por sua vez, essa mentalidade de “segurança em primeiro lugar” facilita a identificação precoce de riscos e implementação rápida de medidas corretivas.
Por consequência, há redução da possibilidade de erros que comprometam a segurança dos pacientes ou a qualidade dos resultados laboratoriais.
Além disso, líderes comprometidos com a Cultura da Qualidade na instituição, influenciam positivamente a atitude dos colaboradores em relação à gestão de riscos.
Desse modo, a liderança exemplar, aliada a treinamentos constantes e comunicação aberta, reforça o compromisso com a qualidade e a segurança.
Dessa forma, a cultura organizacional, alicerçada sobre a Cultura da Qualidade, torna-se um fator decisivo para implementação eficaz de estratégias de gestão de riscos.
Isto, por conseguinte, garante que todos os membros da equipe estejam alinhados com os objetivos de segurança e qualidade do laboratório.
Software de Gestão da Qualidade – A facilitação do gerenciamento de risco
Diante dos tópicos abordados anteriormente, a vertical de Gestão da Qualidade Concent, o Quaent, atende tanto à:
- Identificação e análise de natureza dos riscos;
- Treinamento e conscientização dos colaboradores.
A Matriz de Probabilidade e Impacto, ferramenta contida na vertical da Qualidade – QUAENT, promove o reconhecimento da natureza dos riscos.
Isto, por meio do treinamento realizado por nossos especialistas. E, para além disso, a ferramenta oferece um acompanhamento, que possibilita análise de cada departamento da instituição. Isto, a fim de:
Identificar e mitigar riscos específicos, atuando com a equipe de todos os departamentos.
Diante disso, eu não acredito que você queira perder as facilitações que uma ferramenta de Gestão da Qualidade podem operar, para eficiência e relevância do seu laboratório de análises clínicas.
Por esse motivo, entre em contato com a Equipe Laranja e conheça todas as vantagens que o nosso QUAENT pode promover para a sua instituição.
Acompanhe ainda nossas outras postagens sobre a Gestão de Risco:
- O que é a Matriz de Probabilidade e Impacto;
- O que é Gestão de Risco;
- Gerenciamento de Risco na área da saúde: Como Implementar;
- Quais as etapas da Gestão de Risco.
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Até a próxima 🙂