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fevereiro 10, 2021

É de extrema importância que os laboratórios de análises clínicas tenham cuidados essenciais durante todo o processo de análise de materiais, iniciando-se na fase pré-analítica. Assim, a segurança e a confiabilidade de todo o processo estarão garantidas.

O processo laboratorial possui três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica – temos um vídeo sobre elas aqui. Neste post, você conhecerá a importância da fase pré-analítica e, principalmente, quatro cuidados pré-analíticos que são essenciais para a qualidade das análises feitas em seu laboratório.

Fase pré-analítica

A fase pré-analítica compreende todos os processos que ocorrem desde o momento em que o médico faz o pedido de um exame até quando o material é coletado e transportado: pedido de exame, preparo do cliente, coleta e transporte das amostras.

Durante essa fase, o foco principal gira em torno dos cuidados com o cliente, que deve ser orientado sobre o preparo adequado para cada tipo de exame.

Além disso, outro ponto importante são as amostras coletadas, que devem ser objeto de procedimentos rigorosos para que os resultados não sejam comprometidos.

Falha na fiscalização da fase pré-analítica

Estudos indicam que 70% dos erros que acontecem nos laboratórios ocorrem justamente na fase pré-analítica. Em grande parte, isso se deve ao fato de que a fase analítica, atualmente, conta com uma tecnologia de ponta, financiada por multinacionais, que é resistente a erros.

Já a fase pré-analítica depende menos da tecnologia e mais de pessoas, inclusive do próprio cliente, o que deixa até mesmo os laboratórios reféns de condições que não podem controlar diretamente, como, por exemplo, se o cliente fará o preparo adequado para determinado exame.

Entretanto, isso não é motivo para os laboratórios se esquivarem de suas responsabilidades. Por mais que o fator humano seja um forte componente dessa fase, alguns cuidados pré-analíticos, como treinamentos contínuos para equipes e instruções de preparo para clientes, devem ser tomados.

Caso esses cuidados pré-analíticos não sejam observados, as fases analítica e pós-analítica podem ficar comprometidas, o que pode invalidar todo o processo e até levar a erros de diagnóstico.

Além disso, para o exame de urocultura, se uma amostra de urina coletada for contaminada, por exemplo, isso pode levar um cliente a uma sobrecarga desnecessária de antibióticos.

No caso de uma amostra de sangue com irregularidades, ela poderá ser rejeitada na fase analítica, impactando diretamente o cliente. É importante lembrar que as amostras de qualidade são aquelas que não sofreram nenhuma interferência e que retratam a situação real do cliente.

Erros na fase pré-analítica também podem levar a custos desnecessários e até mesmo a atrasos no diagnóstico e a mudanças na terapêutica médica.

Tipos de erros encontrados na fase pré-analítica

De acordo com o documento “Gestão da Fase Pré-Analítica”, publicado em 2010 pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, os principais erros encontrados na fase pré-analítica foram os seguintes: preparo inadequado do cliente, amostra contaminada, erro no preenchimento do tubo de coleta, tubo de coleta com material insuficiente e tubo de coleta ou recipiente impróprio.

Foram detectados, ainda, outros erros secundários: amostra não preservada durante o transporte ou antes da análise, extravio de tubo que contém amostra, erro na identificação do cliente, erro no procedimento de solicitação de exames, falta de requisição médica, incompreensão ou má interpretação da requisição médica e horário de coleta incorreto.

Cuidados pré-analíticos

Para que os riscos e erros citados acima não ocorram em seu laboratório, é fundamental estar atento aos cuidados que devem ser tomados.

Eles se dividem em etapas que começam quando o médico faz o pedido de exame e terminam assim que as amostras são enviadas para o setor técnico para serem processadas.

Conheça, a seguir, os cuidados pré-analíticos fundamentais em cada uma das etapas e saiba o porquê de eles serem tão importantes.

1. Pedido adequado de exames

Essa etapa parece simples, mas é essencial para o bom andamento de todo o processo de análises clínicas. É importante que o médico saiba exatamente quais são os melhores exames que devem ser solicitados ao cliente.

Para isso, ele deve conhecer todos os exames disponíveis e saber quais são os mais apropriados para o diagnóstico das mais variadas patologias ou mesmo do monitoramento dos clientes.

Além disso, o médico deve especificar o pedido de exame tanto quanto possível, para que não haja o risco de interpretações equivocadas e exames errados. Pedidos legíveis, sem rasuras e claros são essenciais para que o laboratório desempenhe bem as suas tarefas.

Segundo a Norma PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos), de 2016, em seu item 8.1, as requisições dos exames devem conter os seguintes itens: identificação do cliente, identificação do requisitante, amostra ou material a ser coletado, exames a serem realizados e indicação clínica, quando possível.

2. Preparação do cliente

A preparação do cliente é uma das fases nas quais ocorre o maior número de erros que podem comprometer o resultado dos exames, por falta de cuidados pré-analíticos.

Alguns testes exigem que o cliente tenha feito jejum, que não tenha consumido bebida alcoólica ou praticado atividades físicas no dia anterior, por exemplo. Outros, como os de urina, cuja coleta é feita pelo próprio cliente, exigem um cuidado ainda maior.

Assim, é de responsabilidade do laboratório orientar bem os clientees quanto ao preparo e à coleta de material, quando for o caso. Segundo a Norma PALC, no item 8.3, os laboratórios devem disponibilizar aos clientes instruções claras, por escrito e em linguagem acessível.

Ainda de acordo com o documento, “somente instruções simples, que não comprometam o preparo do cliente e que sejam facilmente compreensíveis, podem ser dadas verbalmente”.

3. Coleta adequada

A etapa da coleta do material também é de extrema importância para que os resultados dos exames não apresentem falhas que possam levar até mesmo a erros de diagnóstico.

Os profissionais devem trabalhar com cautela, zelo, atenção e deixar preparados todos os materiais que serão utilizados.

No caso da coleta de sangue, vários fatores podem interferir nos resultados, como, por exemplo, a temperatura inadequada de armazenamento das amostras, o tempo estendido de contato do plasma ou soro com as células e a relação da quantidade de sangue e anticoagulante no tubo. Assim, os profissionais devem ser sempre bem treinados e orientados.

O item 8.6 da Norma PALC determina que o laboratório deve manter um processo de cadastro que permita registrar data, horário, local e responsável pelos seguintes eventos: coleta (tanto efetuada pelo cliente como efetuada pelo laboratório), recebimento dos materiais e amostras, identificação do profissional que efetuou a coleta ou que recebeu a amostra coletada.

Esses registros garantem a rastreabilidade dos eventos relacionados à coleta, imprimindo mais confiabilidade a todo o processo e possibilitando que dúvidas sejam sanadas durante a análise do material.

4. Transporte dentro das recomendações

Os cuidados pré-analíticos referentes a esta etapa são importantes não apenas para a preservação da qualidade das amostras coletadas, mas também para a segurança das pessoas envolvidas.

A Norma PALC determina, em seu item 8.13, que os procedimentos para armazenamento e transporte das amostras recebidas ou coletadas estejam documentados.

A formalização e o cumprimento de tais procedimentos são importantes para que se garanta até mesmo a segurança pública.

Ainda segundo a Norma PALC, “o procedimento deve estabelecer prazo, condições de temperatura e padrão técnico para garantir a integridade e a estabilidade das amostras e materiais”.

O transporte das amostras biológicas em locais onde circulam outras pessoas e serviços deve ser feito sempre em consonância com a segurança da equipe do laboratório, da equipe de transportes e do público em geral.

Já as amostras, segundo a Norma PALC, “devem ser transportadas e preservadas em recipiente isotérmico, higienizável e impermeável, quando requerido, de forma a garantir sua estabilidade desde a coleta até a realização do exame”.

É essencial identificar o recipiente de acordo com as leis vigentes e com a caracterização do laboratório responsável pelo envio.

Assim, os cuidados pré-analíticos merecem especial atenção, pois a primeira fase do processo laboratorial está sujeita a inúmeras variáveis e à forte interferência do fator humano.

Dessa forma, os laboratórios têm grande responsabilidade em orientar bem os clientes, pois não há garantias de que os médicos solicitantes tenham realizado as orientações.

Além disso, os laboratórios devem capacitar sua equipe e manter seus funcionários atualizados e bem treinados e, principalmente, conscientes de sua importância para todo o processo. Com os cuidados pré-analíticos, as chances de erros serão minimizadas e os procedimentos serão seguros e confiáveis.

Mas, de qualquer forma, em caso de ocorrências de não conformidades, geri-las é fundamental. O módulo de não conformidades possibilita abertura de ocorrências por todos os usuários e a classificação das ocorrências por tipo determinado, além de possuir notificação automática dos envolvidos, vínculo de ação corretiva, plano de ação com as NC’s e total controle das ações em todas as etapas. O módulo também conta com dashboard instantâneo de indicadores, possui vínculo da NC com o módulo de gestão de risco e rastreabilidade total das informações.

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