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abril 23, 2020

Prezar pela acessibilidade em laboratório é uma estratégia louvável, inclusiva e exigida pela legislação, tanto na questão de infraestrutura quanto na assistência ao paciente com alguma deficiência.

No entanto, o laboratório pode ir além das normatizações e proporcionar experiências de acolhimento e eficiência, fatores que contribuirão para fidelização do paciente e de seus acompanhantes.

Além disso, é possível adaptar o leiaute e os processos para sensibilizar cada vez mais atitudes que facilitem o acesso e a permanência desses pacientes — e, portanto, se destacar no mercado de saúde como uma empresa humanista e comprometida com o conforto de todos.

Quer saber como melhorar a acessibilidade em laboratórios? Então, não perca as informações que daremos a seguir!

Como melhorar a acessibilidade nos laboratórios?

Em instituições de saúde, é fundamental que os gestores se debrucem sobre a legislação do setor, principalmente em relação à área física máxima determinada para as atividades clínicas contempladas.

Porém, apesar das determinações, é possível investir em acessórios e rotinas mais condizentes ao perfil da empresa. Por isso, veja a seguir algumas recomendações sugeridas.

1. Melhore o aspecto dos sanitários

Conforme determinação da NBR 9050/2015, os sanitários devem apresentar salas individuais em número suficiente conforme a demanda diária de pacientes, sendo um espaço destinado aos pacientes com mobilidade reduzida.

Nesses locais, o vaso sanitário deve ter uma configuração diferente para facilitar a transposição do paciente e diminuir o desconforto durante a micção ou evacuação, além de facilitar a lavagem das mãos.

Porém, pessoas com deficiência visual ou auditiva também utilizarão os banheiros e, para isso, outros mecanismos devem ser desenvolvidos para facilitar o acesso, como a leitura em braile ou a inserção de figuras com simbologia padronizada. Nesse caso, a condução do paciente pelos funcionários também é uma opção, desde que não seja constrangedor para ambos.

Outro ponto relevante nesses locais é a colocação de lixeiras com acionamento por pedal, dispenser para sabonete líquido e toalhas de papel e pias rebaixadas para encaixe de cadeira de rodas. Algumas empresas já investem em máquinas de secagem rápida das mãos, como uma opção ambientalmente sustentável.

Atualmente é exigido um banheiro infantil com vaso sanitário em padronagem inferior a do adulto, que pode ser compartilhado com mictórios adultos no mesmo local, para que pais e responsáveis saibam conduzir a situação na presença de crianças.

Como uma adaptação interessante, deve-se investir em cores mais neutras nesses ambientes, purificadores automáticos e pinturas lúdicas nos espaços infantis. Uma melodia para acalmar também é uma medida que agrada os pacientes mais agitados

2. Cuide também do ambiente externo

O ambiente externo ao laboratório também deve ser motivo de preocupação em acolher a população que apresenta limitações. A reserva de vaga no estacionamento é uma das estratégias mais utilizadas.

No entanto, outros indivíduos ocupam despretensiosamente ou de propósito essas reservas enquanto o paciente, que mais necessita, deve se deslocar por um período maior e com mais dificuldade até a porta de entrada da recepção.

A metodologia mais efetiva é ter um manobrista para controle do fluxo de veículos e algumas informações conscientizando os pacientes que a prioridade deve ser sempre respeitada e pode requerer mais vagas do que foi inicialmente reservado. 

3. Avalie o acesso à recepção

Para as questões relacionadas ao acesso ao laboratório, os gestores devem solicitar a construção de rampas próxima à recepção com declividade igual ou superior a 5%. Outra medida é os funcionários providenciarem uma cadeira de rodas para aqueles pacientes com dificuldade de deambulação.

Também é aconselhável que o acesso seja feito via estacionamento definido em local estratégico para facilitar a entrada de pessoas com cadeira de rodas, muletas ou com dificuldade crônica de ambulação.

Nesses casos, os corredores devem ser compatíveis para os acessórios que auxiliam os pacientes durante o trajeto, com uma distância mínima para que se consiga realizar as atividades com conforto e sem escoriações.

Para pessoas com limitação auditiva e/ou visual, é fundamental capacitar pelo menos um funcionário da recepção e assistência para ajudar na interpretação das solicitações e acompanhar o procedimento.

4. Preocupe-se com a área interna do laboratório

A sinalização dentro de um laboratório deve envolver mecanismos visuais e auditivos considerando preferencialmente as orientações provenientes do funcionário. No entanto, em algumas situações a compreensão pode ficar prejudicada.

Sendo assim, recomenda-se direcionamento no chão por meio de faixas em cores diferentes para cada setor, piso tátil direcional para aqueles com deficiência visual e acompanhamento dos indivíduos mais indecisos. O piso tátil de alerta deve ser implantado quando houver perigo iminente de queda do indivíduo.

Além disso, é importante prezar pelo acolhimento adequado desses pacientes para que se sintam seguros, estejam no local adequado para coleta dos exames e possam ser conduzidos até a saída tão logo finalize o procedimento.

5. Avalie os serviços prestados no laboratório

A acessibilidade em laboratórios deve primar pela garantia da integralidade do cuidado nesses pacientes. Sendo assim, os funcionários devem ser treinados para esclarecer dúvidas durante a permanência do individuo no laboratório.

No momento da entrega da amostra biológica, o funcionário poderá ser avisado pelo acompanhante sobre alguma deficiência que impeça a compreensão das informações pelo paciente ou descobrirá a limitação naquela situação, caso esteja desacompanhado.

Caso os funcionários não sejam capacitados plenamente para atender pacientes com deficiência, ele deve procurar meios para facilitar a interpretação da solicitação médica e sobre o questionamento da viabilidade da amostra.

Isso porque talvez o paciente não apresente uma deficiência física, mas um déficit intelectual e, portanto a conduta deve ser feita baseada na paciência e na confirmação das solicitações emitidas e pode demandar ajuda de outros funcionários

Ressalta-se que o acolhimento deve ser diferenciado nesses pacientes para que eles se sintam seguros e satisfeitos com o atendimento, mesmo que seja improvisado pelas situações que ocorrem inesperadamente.

6.Invista na sinalização das deficiências e prioridades

Algumas informações são preconizadas pelas normas da ABNT e devem ser estar presentes, enquanto outras podem facilitar a compreensão dos indivíduos sobre a rotina das atividades em um laboratório clínico.

Identificação da área demarcada para o extintor, simbologia para marcação de acesso de mobilidade com o pictograma sempre voltado para o lado direito assim com a simbologia para pessoas com deficiência visual e auditiva.

Outras simbologias incluem as que se destinam: às pessoas idosas, obesas, grávidas, àquelas com mobilidade reduzida, e indivíduos segurando crianças de colo, além daquela que se permite a presença de cão guia.

Uma das formas de melhorar esse entendimento é fixando cartazes conscientizando sobre as prioridades em assento, atendimento e acompanhamento dos funcionários para aqueles indivíduos que se enquadram nas categorias acima a fim de evitar transtornos desnecessários.

7. Preveja as rotas de emergência

As rotas de fuga são determinadas pelo Corpo de Bombeiros, porém a sinalização e fluxo devem ser elaborados pelo laboratório e os funcionários devem receber treinamento constante sobre a iminência dessa situação.

Inicialmente deve prezar por rotas de fuga com iluminação direcionando a saída mais próxima e recomendações para evitar o elevador, considerando a possibilidade de todas as entradas serem compatíveis para fuga.

O percurso para saída em local seguro deve ser bem delineado, e adaptado para garantir a evasão de pessoas com mobilidade reduzida. Naquele edifício equipado com catracas, pelo menos uma delas deve ter mecanismos para acionamento sem controle remoto.

Nesse sentido, é importante que os pacientes com mobilidade reduzida que fazem acompanhamento laboratorial para doenças crônicas se familiarize com a rota de emergência junto com seu cuidador, quando aplicável.

8. Analise os revestimentos do piso

A legislação determina que o piso seja liso, de fácil visualização da sujicidade e lavável periodicamente, principalmente nas áreas classificadas como potencialmente infectadas dentro do laboratório clínico.

No entanto, é preciso se ater a outras recomendações tais como: manter a superfície regular e firme de forma a não causar trepidações ao longo do dia e atentar para situações que possam incorrer em acidentes para os funcionários e pacientes.

Sendo assim, o revestimento do piso precisa ser antiderrapante para dispositivos com rodas, seja no estado molhado ou seco. Para aumentar a resistência podem ser incluídos acessórios que impeçam o deslizamento do indivíduo.

9. Mantenha objetos de decoração de forma segura

O laboratório clínico não precisa ser um ambiente sem decoração, fator que traz mais leveza e descontração aos pacientes e funcionários. No entanto, algumas recomendações são necessárias para manter o local bonito e seguro.

Uma delas é a eliminação de capachos, tapetes e similares que sejam deslizantes ou estejam na rota da saída de emergência. Objetos que acumulam poeira ou são facilmente quebráveis também devem ser evitados.

No entanto, fixar quadros na parede, utilizar poltronas confortáveis de material sintético e prezar por uma recepção aconchegante são requisitos fundamentais para melhorar a percepção do paciente.

E depois, o que fazer?

A acessibilidade em laboratórios é uma estratégia que precisa ser implantada ou readaptada para atender à legislação vigente, proporcionar conforto e acolhimento dos pacientes com limitações físicas e psíquicas e encaminhá-los para os exames necessários conforme a solicitação inicial.

Para tanto, é fundamental que os gestores aprofundem o conhecimento nessas determinações e desenvolvam atitudes humanistas no contexto do laboratório clínico.

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